domingo, 24 de junho de 2007

domingo, 13 de maio de 2007

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José Antonio de Souza

Artista Plástico

Nascido em Ipauçú – SP em 09.07.53




Apaixonado em história em quadrinhos, iniciou contato com artes, desenhando historinhas para escola e criando personagens baseado no perfil de amigos..

Em 1976, fez curso de Desenho e Ilustração na Escola Panamericana de Artes, em São Paulo.

Em 1978, criou um personagem infantil denominado “MINHOCO”, publicando-o no Jornal A Cidade.

Iniciou uma tentativa de levar seu personagem para outros jornais, porém, o alto custo do processo tipográfico fez com que desistisse.

Depois de longo período sem atividade artística, volta em 1996, pintando óleo sobre tela abstrato e expondo em Galerias de Ribeirão Preto e Região.

Participações em 1997:
· Participação no Salão de Arte Contemporânea de Serra Negra-SP.
· Participação no XXI Salão de Artes Contemporânea de Franca –SP.
· Participação no Coletiva dos Artistas de Ribeirão Preto – Casa da Cultura.

Participações em 1998:
· Exposição Individual no Saguão do Fórum de Ribeirão Preto (Espaço Justiçarte).
· Exposição Individual na Casa de Cultura de Batatais-SP.
· Participação na Coletiva dos Artistas de Ribeirão Preto – MARP.
· Participação na Coletiva dos Artistas de Ribeirão Preto – CASA DA CULTURA.

Participação em 1999:
· Participação no II Salão Nacional de Pintura Contemporânea Brasileira de Sto Amaro – SP.

Participação em 2000:
· Exposição Individual no Saguão do Fórum de Ribeirão Preto (Espaço Justiçarte).

Participação em 2001:
· Exposição Individual na Siemens – S.Paulo – SP.

Participações em 2002:
· Exposição Individual no Novo Shopping de Ribeirão Preto-SP.
· Exposição Individual na Caixa Econômica Federal agência 9 de Julho de Ribeirão Preto – SP.
· Exposição Individual no Centro Médico de Ribeirão Preto – SP.
· Exposição Individual no Saguão do Fórum de Ribeirão Preto (Espaço Justiçarte).

Participações em 2003:
· Exposição individual no Novo Shopping de Ribeirão Preto – SP.
· Exposição Individual no Espaço Cultural do Black Stream Hotel de Ribeirão Preto – SP.

Participações em 2006:
· Exposição Individual no Novo Shopping de Ribeirão Preto – SP.
· Exposição Individual no Espaço Cultural da Livraria Para Ler no Ribeirão Shopping.


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A arte mitopoética de José Antonio

Aguinaldo José Gonçalves[1]



Ao pensar o processo de invenção artística pelos procedimentos utilizados por José Antonio nos seus “exercícios de pintura” dois dos mais representativos semioticistas do século XX vieram aos meus olhos mentais: Paul Valéry e Roland Barthes. Ao falar de pintura como linguagem, Valéry adverte para que olhemos sempre para a tela apreendendo o ritmo das categorias plásticas sem nos deter nos delineios figurais. Já Barthes assinala o poder de ruído da pintura ao se fazer linguagem. Ao dizer “exercícios de pintura” metaforizo a precisão do ritmo nas telas de José Antonio, marcada pelo movimento entre categorias (linhas, formas, cores e elementos não nomináveis na retórica plástica) articuladas como semi-signos no espaço bidimensional. A linguagem desse artista se dá por esse ritmo de atração e retração entre as manchas plásticas como se fossem a sombra dinâmica dos blocos de uma dança fantástica ou núcleos de energia que se mesclam num “discurso” ruidoso e prismático, naquilo que se forma do lado interno da moldura. E o que se forma são ações praticamente invisíveis nas instâncias figurativas ou analógicas da relação referente/ícone, mas completamente visíveis para os olhos do espírito se se consideram as instâncias do quase ¾ síntese conceitual dessa pintura.
O que faz da obra de José Antônio linguagem é um complexo de procedimentos que, cada um em sua instância, promove o que poderíamos denominar plasmação do essencial. Semelhante ao que Mallarmé conceituava a partir de seu trabalho poético e Cézanne a partir de seu trabalho pictórico, na primeira instância ocorre o processo de composição em que sobre os 100% de algodão da tela o artista cria relevos e texturas como se fossem os eixos tensivos da trama que virá a se formar do lado interno da moldura. Valendo-se de recursos e técnicas bastante singulares (que aqui não serão totalmente desveladas sob pena de vir à luz tanta originalidade!) essa arte se realiza por meio de verdadeiro processo de bricolagem na busca do resultado que temos aos nossos olhos. Na segunda instância, ocorre o procedimento de realização em que José Antonio atua mais decisivamente no universo criativo: através de flotagem (técnica de esfregamento em relevo com a mão ou com retalhos de algodão) ele passa o óleo muitas vezes mesclado com tinta de tecido e com subtrato de acrílico criando a “trama” plástica que conjuga todas as categorias e adiciona elementos significativos por meio de um enriquecimento de material. Esse processo indireto de trabalhar com o material acaba atuando nas formas, nas cores e em outras categorias, gerando a esfera semi-simbólica do seu trabalho. A esse processo se adicionam elementos do imaginário que o artista realiza e que se torna impossível de descrever.
A beleza estética e a expressividade harmônica que se manifestam na pintura de José Antonio não advêm de justaposição de técnicas e nem de um universo temático que referencialmente explora. Advêm sim de uma fina competência de criar o poético por meio de uma terceira e última instância no seu procedimento criador: modular seu trabalho em grau máximo. Depurar possíveis efeitos temáticos ou referenciais por meio de um ritmo visual e de uma interação de substâncias responsáveis pela instauração de um sentimento mítico. Como se fossem ensaios de dança que se realizam e morrem em si mesmas, essa maravilha de José Antonio estará sempre se completando em formas de exercícios, feitos mas não acabados.





[1] Aguinaldo José Gonçalves é poeta, crítico de arte, professor de relações intersemióticas da UNESP. Mestre e Doutor pela USP e Livre-Docente pela UNESP. Autor de muitos ensaios sobre literatura e artes no Brasil e no estrangeiro. Em forma de livro destacam-se: Transição e Permanência: Miro/João Cabral – da tela ao texto. (Ilumiuras, 1990). Laokoon Revisitado – relações homológicas entre texto e imagem. (Edusp, 1994). Vermelho (Ateliê, 2000). Museu Movente – O signo da arte em Marcel Prous. (Editora UNESP, 20004)